Comitês
de mediação de conflitos atuam com voluntários em escolas localizadas em áreas
de vulnerabilidade
Secretaria Executiva de
Educação, Tribunal de Justiça de Pernambuco e Faculdade Metropolitana se uniram para implantar o Projeto Escola
Legal em cinco escolas municipais com o objetivo de melhorar o ambiente
escolar, buscando diminuir os conflitos existentes. Na manhã do dia 12 de
dezembro, na Faculdade Metropolitana, membros do comitê atuante nas unidades de
ensino, que é formado por professores, gestores, pais e estudantes de direito,
e a juíza da 2ª vara da infância e do adolescente, Sônia Stanford, se reuniram
para avaliar o trabalho que vem sendo desenvolvido.
A sociedade está
vivendo uma realidade de violência nas escolas, seja entre alunos e professores
ou entre colegas; o tráfico de drogas invadiu o espaço educacional; os pais
muitas vezes se fazem ausentes, e a função do educador ultrapassar as barreiras
da prática pedagógica, dribla os conflitos e tenta formar cidadãos. De acordo
com a juíza, Sônia Stanford, é necessário unir forças para solucionar a
problemática. “Estamos trabalhando a base do futuro da nossa sociedade. O
comitê é os olhos da justiça na escola. A Secretaria de Educação vem fazendo um
trabalho muito bom também, que é a retirada de bares e barracas do entorno das
escolas”, afirmou.
Na Escola Natividade
Saldanha o comitê viabilizou palestras para diminuir as agressões. Para a
gestora, Vanessa Samara, o projeto apresentou resultados. “Percebemos que os
xingamentos e as agressões diminuíram muito depois do trabalho desenvolvido.
Está sendo muito bom”, disse. Em outras situações os estudantes de direito
orientam as gestoras qual medida tomar, como é o caso de uma unidade de ensino,
cuja aluna de 9 anos foi induzida por traficantes a entrar com drogas na escola
e o traficante ficou do lado de fora vigiando. Os estagiários não devem
enfrentar situações de risco, no entanto através de contato telefônico guiam as
gestoras, que nesse caso entrou em contato com a polícia.
O projeto visa ampliar
parcerias e buscar os órgãos responsáveis de acordo com a situação, como
Policia Militar e Conselhos Tutelares. O estudante de direito, Cleiton Pereira
da Silva, que acompanha a Escola Luiz Lua Gonzaga, fez uma breve explanação do
que foi feito. “Procuramos analisar cada aluno dependendo da situação, olhamos
o boletim e chamamos os pais para conversar. Tentamos fazer uma parceria com as
famílias”, ressaltou. A sexualidade precoce também é uma realidade que preocupa
os educadores, tanto pela exploração sexual como pela gravidez na adolescência,
palestras e conversas são realizadas para que as crianças compreendam e se
conscientizem.
Por Bruna Borges